Verbas indenizatórias. O senador do castelo, Edmar Moreira (DEM-MG). Sonegação de imposto de renda da mansão avaliada em 5 milhões de reais do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. Conta telefônica de mais de 14 mil reais, paga pelo Senado, do senador Tião Viana (PT-AC), após ter emprestado seu celular à filha para uma viagem ao México. Uso de passagens aéreas pagas pela Câmara para o exterior com familiares. E, agora, o caçula, os atos secretos.
Nos últimos 15 anos, foram assinados 663 atos secretos, usados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários, em 312 boletins administrativos do Senado. O que é considerado ilícito segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), seja essa nomeação de parente "em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau".
Porém, mesmo sabendo dessa ilegalidade, a pedido do presidente da casa, José Sarney (PMDB-AP), Vera Borges, sobrinha de Sarney, que é servidora de carreira no Ministério da Agriculutra, foi nomeada assistente parlamentar do senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Para que o leitor não se confunda ao ler sobre tantos escândalos, há um sinônimo para estes malfeitos: "Crise no Senado".
Tamanha é a crise que o portal de notícias da Uol decidiu criar o "Monitor de escândalos". Segundo o Monitor, até o início do mês de agosto de 2009, foram registrados 85 escândalos.
O estudante Vinícius Avelar acredita que a solução dessa turbulência não depende só dos senadores e da moralização da casa. Para Vinícius, é necessário mexer nas bases da democracia brasileira. "É preciso mobilizar a sociedade civil e procurar interferir nas decisões que serão tomadas. Infelizmente, vejo nossa política como uma das mais falhas da atualidade", destaca.
Já para o acadêmico Rafael Tavares, a sociedade brasileira é acomodada e o grande exemplo dessa acomodação é a volta de Collor. "Em uma sociedade onde Sarney, Maluf, Azeredo e Collor não deixam de serem eleitos, não há solução. Só um reparo superficial, na próxima tempestade voltarão a fazer as mesmas coisas", comenta.
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