segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

De quem é a barriga, da Globo ou de Paula Oliveira?

Brasileiros são deportados de Madri. Jean Charles morre na capital inglesa. Esses são alguns dos mais conhecidos casos de brasileiros que são injustiçados no exterior. No dia 14 de Março, a ISTOÉ publicou uma matéria sobre o assunto, e dentre os brasileiros maltratados no estrangeiro, um grupo de amigos que foram passar férias nas paradisíacas praias das Bahamas. Parece moda banir brasileiros. Mas, e no caso da bacharel em direito Paula Oliveira, o que realmente aconteceu? Ela foi agredida ou agrediu moralmente os suíços, acusando-os de neonazismo? Conforme o jornal suíço Weltwoche, Paula confessou à polícia que não estava grávida e teria assinado uma confissão. Em relação aos ferimentos em seu corpo, as autoridades local não descartam a possibilidade de autoflagelo.
Ao contrário do que a mídia brasileira afirmou:



Incontestável é o fato da mídia, em especial a hegemônica Globo, ter afirmado, categoricamente, que Paula foi surrada por três jovens xenófobos. E incoerente é a mesma emissora dizer completamente o contrário e ser taxativa no domingo, 22 de Fevereiro, na matéria "Fantástico revela como vivia Paula Oliveira" ao dizer que quem se automutila sofre de algum distúbio psicológico. "As fotos mostram a barriga forçadamente curvada", afirma a reportagem do Fantástico. Porquê não fizeram estes questionamentos antes de noticiarem? Jornalismo volúvel e irresponsável.

Furo de reportagem

"Filho feio não tem pai", já dizia a máxima popular. Sentença confirmada pela mídia na história da advogada. Agora, todos querem saber, quem é o responsável por essa "barriga"? A mídia brasileira publicou, “Brasileira é vítima de xenofobia na Suíça”, “Jovens neonazistas marcam o corpo de brasileira”, mas laudos médicos e policiais da Suíça provam o contrário. Outra vez, divulgaram uma acusação sem checá-la. Quem assumirá o erro?
Em 1994, foi manchete o conhecido caso Escola Base, de São Paulo. Maria Aparecida Shimada e seu marido, Icushiro Shimada, foram acusados injustamente de promoverem orgias com menores na escola infantil que mantinham no bairro da Aclimação.
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Imagem extraída de JorWiki, síndrome da vilania.

O governo de São Paulo teve que pagar a família cem salários mínimos por danos morais. Uma outra atitude leviana fez o Correio Brasiliense dar em primeira página "O Correio errou". É hora de nossas redações discutirem sobre a primazia da mídia canarinho, informar ou dar furos? A corrida pela informação é o pretexto que maquia a vaidade do nosso jornalismo. Se as coisas continuarem como vão, ao invés de quarto poder, poderemos chamar nossa imprensa de Sr. Barriga. O pior é que neste exato momento toda a mídia acusa a jovem pernambucana de mentirosa. Mas, e se, quiçá, ela realmente disse a verdade? Será uma barriga de gêmeos.

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